segunda-feira, 22 de abril de 2013

Postulação de Armando embola sucessão em PE


Paulo Emílio_PE247 - O senador Armando Monteiro Neto (PTB) assumiu com todas as letras que deseja, sim, ser candidato a governador de Pernambuco nas próximas eleições majoritárias.  “Encaro a vida pública como um verdadeiro ofício de servir. Alguns falam que política é um  sacerdócio, e eu sonho um dia governar meu estado para ser instrumento de transformação do nosso país”, disse o parlamentar durante um encontro de blogueiros realizado no Recife (PE). Apesar do desejo explícito, Armando ressalta que esta possibilidade somente será possível caso tenha o apoio da Frente Popular, capitaneada pelo governador Eduardo Campos (PSB), que ainda não se pronunciou sobre o assunto. A postulação complica a situação do governador, que terá que decidir quem terá o seu apoio em 2014, uma vez que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), também almeja o cargo.


Armando vem trabalhando fortemente junto às suas bases no interior de maneira a fortalecer seu nome para a disputa. Paralelamente, ele vem estreitando as relações junto com o PSB e com o governador, que pleiteia disputar o Palácio do Planalto em 2014. Nesta linha, Armando vem se mostrando uma peça importante ao se colocar, juntamente com Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), como um dos principais articuladores de Campos junto ao Senado e, em especial, a parlamentares do PTB. E é com base neste trabalho e na ampla base de apoio que tem no interior do Estado que Armando espera ser agraciado por Eduardo Campos. “Só há possibilidade de discussão neste campo (da Frente Popular)", afirmou.

Mas seguindo a linha adotada pela estratégia nacional, de que as eleições para 2014 somente serão discutidas em 2014, nem Eduardo e nem o PSB se pronunciam sobreo assunto. Fontes ligadas ao PTB, porém, avaliam que esta escolha encontra empecilhos junto ao próprio PSB. “Muita gente no PSB acha que Armando chegou ao Senado graças ao apoio de Eduardo. Neste caso, ele (o governador) já teria feito a sua parte, não devendo nada a Armando e, sendo assim, não deve passar o governo para alguém que não seja do PSB.  Mas Armando tem trabalhado muito em prol de Eduardo, seja junto ao PTB ou a vários outros partidos”, diz uma fonte com bom trânsito junto a legenda.

Um outro ponto a ser levado em consideração é a situação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB). Fernando também já marcou posição de que deseja ser o escolhido por Campos para disputar o Governo do Estado. Tido como homem de confiança do governador e à frente de uma pasta responsável por grandes obras, como a transposição do Rio São Francisco,  FBC também vem se movimentando intensamente junto aos prefeitos e bases do interior.

A dificuldade para ele, porém, está em sua aproximação cada vez maior com o PT. Nos últimos eventos ligados à pasta e que contaram com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT), FBC foi paparicado com elogios e retribuiu na mesma moeda. Ele também chegou a dizer que é favorável á manutenção da aliança PT e PSB, contrariando o desejo do partido em lançar candidatura própria à Presidência em 2014. Rumores de bastidores dão conta de que em função desta aproximação e da falta de posicionamento se será ou não o escolhido para suceder Eduardo Campos, o ministro já teria sido sondado para integrar os quadros do PT. Caso efetive  a mudança, FBC poderá ganhar o apoio do Partido dos Trabalhadores para disputar o comando do Executivo estadual, colocando-se contra o seu padrinho político.

Diante do quadro volátil em nível estadual e que, dependendo da condução, poderá repercutir  no cenário nacional, O PSB tenta ganhar tempo avaliando a questão cuidadosamente. Resta saber se os aliados também saberão esperar e agir na mesma linha adotada por Campos, de que as eleições 2014 ficam para 2014

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