quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Sem crise, em um único dia, Paulo Câmara dá cargo comissionado para mais três ex-prefeitos


Sem alarde, o governador Paulo Câmara (PSB) arrumou cargos comissionados, sem concurso, para mais três ex-prefeitos do interior.

O ex-prefeito de Cedro, Josenildo Leite Soares (PSB), mais conhecido como “Neguinho de Zé Arlindo” foi nomeado para ser assessor da Secretaria de Agricultura. Prefeito de Cedro entre 2009 e 2016, segundo reportagem do G1, Josenildo é investigado pela Procuradoria Regional Eleitoral por “distribuir dinheiro em via pública para a população”. O caso ocorreu na tradicional Festa do Milho do município em 2016. A ação foi filmada e publicada na Internet.

Pericles Alves Tavares de Sá (PMDB), ex-prefeito de Verdejante, foi nomeado para ser assessor na Secretaria de Turismo do Estado. Eleito em 2012, Pericles não conseguiu se reeleger em 2016. Pericles teve seu registro negado pela Justiça Eleitoral em 2012, mas conseguiu ficar no cargo de prefeito através de um recurso.

Já Daniel Alves de Lima (PSB), ex-prefeito de Chã Grande, foi nomeado pelo governador como assessor na Secretaria das Cidades. Daniel foi prefeito da cidade entre 2013 e 2016. O ex-prefeito constou da lista oficial do TCE, de gestores com contas rejeitadas, divulgada em 2016, antes do prazo de registro eleitoral. Apesar desta posição do TCE, a Justiça Eleitoral permitiu a sua candidatura, mas o gestor não conseguiu a reeleição.

Estas são mais algumas nomeações pelo governador Paulo Câmara em uma longa lista de ex-prefeitos contemplados em cargos comissionados.

Depois de reveladas pelo Blog, as nomeações foram objeto de debate na Assembleia.

O deputado Álvaro Porto (PSD), em discurso em junho, criticou a nomeação pelo governador de quatro ex-prefeitos para cargos em comissão no Governo do Estado. Os atos, datados de 31 de maio, foram interpretados pelo parlamentar como “montagem do palanque para reeleição”.

Na época, foram nomeados os ex-prefeitos Ferdinando Lima de Carvalho (PSD), de Parnamirim, Luciano Torres Martins (PSB), de Ingazeira, Paulo Tadeu Guedes Estelita (PSB), de Vicência, e Antônio Auricélio Menezes Torres (PSB), de Cabrobó.

“A crise financeira é sempre citada como justificativa para dificuldades e falhas do Governo. Se há tanto arrocho, o que explica a criação de espaços para ex-prefeitos no Executivo?”, questionou Porto.

O deputado lembrou as críticas, feitas por ele em março, às nomeações de candidatos derrotados nas eleições municipais e de correligionários que encerraram mandatos em dezembro.

“Aliar-se ao Governo tornou-se um bom negócio. Mesmo para quem está com pendências no Tribunal de Contas o cargo foi garantido. Isso mostra bem o critério usado nas nomeações”, assinalou o deputado do PSD.

Aliados do governo reconhecem no Estado que estes ex-prefeitos “não têm currículo para os cargos”, sendo as nomeações apenas uma acomodação para “fortalecer a reeleição” do governador, em 2018. Todos usam o poder da caneta

“Mal sabe o Palácio que vários destes ex-prefeitos já estão conversando com Fernando (Bezerra Coelho, também do PSB)”, dizem outras fonte do governo, sempre sob reserva, se referindo a uma possível candidatura do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) para governador, contra o próprio Paulo Câmara, ano que vem.

Jamildo

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